terça-feira, 14 de junho de 2011

O Bem Mais Precioso

Ao comprar qualquer bem, você poderá reclamar dos defeitos de fabricação ou de problemas com a entrega. Se o produto apresentar problemas, poderá encaminhá-lo à assistência técnica para consertá-lo ou trocá-lo por outro.

No entanto, ao contratar um plano de saúde, você estará confiando seu bem mais precioso nas mãos dos profissionais dos hospitais da rede da empresa contratada: seus familiares.

Se sua esposa estiver grávida, estará confiando a sua esposa e seu bebezinho à esses profissionais. Não podem haver defeitos ou qualquer problema, pois a mínima negligência pode custar as vidas de seus entes queridos.

Eu gostaria muito de registrar apenas as maravilhas deste período de gravidez em meu blog. No entanto, não posso deixar de registrar os problemas pelos quais passamos com nosso plano de saúde. Citarei o nome da empresa e do hospital, porém não os nomes dos médicos no blog, pois já fiz uma reclamação à ouvidoria do hospital.

Pouco tempo após o casamento, eu resolvi incluir minha esposa em meu plano de saúde empresarial, já pensando em engravidá-la. Nós queríamos um bebê logo e não poderíamos deixá-la sem um “bom” atendimento médico.

A gravidez foi bastante tranquila. Além dos enjoos normais aos primeiros meses e uma infecção de urina, nada mais grave ocorreu nestes 9 meses.

No entanto, no final tivemos algumas surpresas. Primeiro, o médico no qual fazíamos o pré-natal não poderia fazer o parto através de nosso convênio. O convênio não cobre e teríamos que pagar quase 4.000 reais para que ele pudesse agendar o parto para a 38ª semana. A posição pélvica de nossa bebê exigia que fosse feita uma cesariana.

Nos restava agendar o parto em algum hospital da rede de nosso plano da Medial Saúde.

Em 08/06/2011, minha esposa foi atendida por uma médica na emergência ginecológica do Hospital da Luz de Santo Amaro. Havíamos feito um ultrassom naquele mesmo dia no Hospital Nossa Senhora de Lourdes (no qual sempre fomos muito bem atendidos). A médica que realizou o ultrassom informou que nossa bebê (com 3,600 kg) estava muito grande para as 37 semanas de idade gestacional e que, devido à variação glicêmica de minha esposa, a bebê estava crescendo muito e atravessado na barriga. Gentilmente liberou nosso exame antes da data prevista para a entrega e sugeriu que fôssemos ao hospital para marcar a cesária. Além disso, minha esposa sentia dores na parte inferior das costas.

Pois bem, no Hospital da Luz, a médica desdenhou da situação. Primeiro, nos tratou de maneira grosseira. Minha esposa é estrangeira e vive a 1 ano e meio no Brasil. Enquanto explicava algumas coisas para a médica, ela me olhava para que eu completasse o que ela não conseguia explicar em português. Para surpresa, a citada médica perguntou asperamente se minha esposa não sabia falar. A médica (que não sei se é doutora) não deve ser muito inteligente porque qualquer um teria notado que não estava falando com uma brasileira.

Depois insinuou que minha esposa não estava sentindo dor. Disse que era impossível que sentisse dor se a bebê não estava encaixada. Além de médica, ela é bruxa? Porque parece que sabia mais do que a paciente se ela sentia dor ou não.

E o pior ainda estava por vir. Ao fazer o toque para verificar se havia dilatação, o fez de forma brusca o que ocasionou ainda mais dor do que já sentia.

A médica também fez algo bom, solicitou vários exames: ultrassom, glicemia e aquele que mede os batimentos cardíacos e movimentos do bebê e a frequência das contrações.

Após os exames, a mesma médica voltou a nos atender. Parecia outra pessoa. Estava sorridente, tranquila, calma. Será que ela tem dupla personalidade? Ou será que tem alguma irmã gêmea? Ela verificou que realmente teria que marcar uma cesária devido à posição e tamanho do bebê e solicitou que voltássemos ao hospital em 2 ou 3 dias com todos os exames já realizados.

Eu pensei: “Talvez tenha sido um dia difícil para ela, depois se arrependeu de ter-nos tratado tão mal”. E deixei o caso pra lá.

Pensávamos voltar na próxima semana, depois de 5 ou 6 dias com todos os exames conforme solicitado por essa médica, porém não iríamos querer que fosse ela quem realizasse o parto.

No entanto, 3 dias depois, as dores aumentaram e precisamos voltar ao hospital antes do que imaginávamos. Desta vez fomos atendidos por um médico, com um pouco mais de idade e talvez mais experiência.

O atendimento foi novamente decepcionante. O médico disse que poderia discordar dos outros médicos e acreditar que o parto seria normal. Depois de outros exames confirmou: terá que ser cesária. Eu pedi que marcasse a data, porém, se negou e me disse: “Se estourar a bolsa, vocês vem. Ou vem aqui a cada dois dias”. Como se uma mulher grávida de 38 semanas tivesse disposição, força e saúde para ir com tanta frequência ao hospital esperando o dia em que os médicos tiverem boa vontade.

Ou pior, esperar que a bolsa estoure para fazer uma cesária de emergência. Se tem que ser cesária, por que minha esposa tem que passar pelas dores do parto? Ela até queria normal, mas se não dá, que se agende a cesária.

Fiquei muito nervoso, briguei com o médico e reclamei. Porém, nada resolvido.

Ao chegar em casa, entrei no site do plano de saúde e fiz uma reclamação formal. Também postei a reclamação no site “Reclame Aqui” e na ANS.

Em 13/06/11, acordei cedo e liguei no PROCON para ter informações sobre a abertura de processo. Às 9 hs liguei para o atendimento do plano de saúde solicitando uma consulta com um ginecologista para marcar a cesária. Imaginei que iriam tentar marcar para 2 semanas. Mas, surpreendentemente, me disseram que tinha vaga para as 11 hs do mesmo dia. Será que, pelo número da matrícula, ela já havia visto minha reclamação?

Fomos ao Hospital da Luz da Azevedo Macedo e recebemos um atendimento muito melhor e mais cordial. A ginecologista nos encaminhou à emergência para agendar a cesária. Finalmente conseguimos agendá-la para 21/06/11. Era só o que eu queria: uma data marcada. Se eles (os médicos) acham que tem que ser na semana 39, tudo bem! Eu só não quero esperar minha esposa passar por todas as dores do parto antes de fazer a inevitável cesária.

Meu problema foi parcialmente resolvido. Parcialmente porque espero que em 21/06, eles a atendam no hospital no qual marcamos a cesária e não tentem transferi-la para a unidade de Santo Amaro ou para algum outro hospital desconhecido. E que também não tentem adiar a cesária. Eu estou esperançoso para que isso não aconteça, mas também pronto para voltar a protestar caso seja necessário.

Hoje, 14/06/11, recebi um telefonema da ouvidoria do Hospital da Luz de Santo Amaro informando a abertura de sindicância.

Espero que, após a sindicância, esses médicos tenham, pelo menos, a consciência de que estão tratando do bem mais precioso de um esposo, de um pai, de uma mãe, de avós, de tios. Não é um produto que possa ser consertado ou reposto.

Eu sou muito calmo, mas pronto para protestar quando seja necessário para proteger o melhor que tenho na vida: minha esposa e minha belezinha.

2 comentários:

  1. Nossa, já tive um atendimento assim, mas no da Luz Azevedo de MAcedo, a médica foi uma estúpida, as enfermeiras, foi me dar medicamento na veia e errou duas vezes, outra foi tentar conseguiu de primeira, mas mesmo assim me machucou, fiquei com medo, pois o meu médico só faz lá, e lá não é perto da minha casa, mas adoro o meu médico, pois se fizer no Azevedo de MAcedo, terei que contar com a sorte de pegar um médico ou médica de bom humor e bonzinho (raro)!!

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  2. NOSSA SÓ PASSEI UMA VEZ NA UNIDADE DA VILA MARIANA,FOI HORRIVEL, PESSIMO NÃO TENHO COMO EXPLICA o quanto fomos maltrados e humihados naquele domingo,enquanto a medica pediu uma radiografia da mão do meu marido e nós fomos fazer ela foi embora e não tinha outra médica para pegar o plantão resulmindo saimos dali sem atendimento após esperar mais de 2 horas e o meu marido com uma fratura e muita dor,mas sabe qual é o futuro desses hospitais é fechar,falir é fazer um favor atodos nós...

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